quinta-feira, 30 de abril de 2009

Melinda

Melinda é uma garota bela, jovem, adolescente, com apenas 17 anos, de família humilde e órfã de mãe. Trabalha como garçonete em uma das lanchonetes mais bacanas da cidade, famosa por um lanche delicioso que possuía três versões de tamanhos e era o maior sucesso da região. Também ajuda a cuidar de seu irmão mais novo, Willian, de apenas 9 anos, pois, seu pai é obrigado a trabalhar em dois turnos para poder sustentar sua casa. É o grande orgulho de seu pai por ser além de tudo, uma garota bastante responsável. Vaidosa, apesar da correria do dia—dia, sempre se preocupa em estar bem arrumada, mesmo não tendo muito dinheiro para comprar os acessórios da moda e é bastante popular.

Certa vez, Melinda fora atender ao pedido de um garoto desconhecido. Ele aparentava ter uns10 anos de idade, era magro, mulato e andava com uma roupa já surrada pelo tempo.
O garoto desconhecido perguntou-lhe quanto custava era o Maxi-Burgger grande.
- Custa R$ 9,90. Vai querer um? – Respondeu Melinda educadamente.
O garoto botou a mão em seu bolso e contou alguns trocados.
- E o Maxi-Burgger médio? – Perguntou o menino.
- Este é apenas R$ 8,00. Vai querer um desses? – Respondeu a garçonete, já um pouco impaciente, pois a lanchonete estava lotada de clientes naquele momento.
O menino mais uma vez contou seus trocados e perguntou o preço do Maxi-Burgger Junior.
- É R$ 5,90. – Respondeu a garota com certa violência, já quase que virando as costas.
O garoto pediu 2 lanches desse.

Melinda anotou o pedido rapidamente e logo foi atender outros clientes. Seus pensamentos eram de como o garoto era esfomeado e porquê ele queria comer 2 lanches daqueles, se com o mesmo dinheiro ele poderia comprar muito mais comida.
A garçonete quase que se esqueceu do pedido do garoto. Talvez tenha sido até propositalmente , mas o lanche que já aguardava no balcão há algum tempo já estava quase frio quando ela o entregou ao menino.
O garoto agradeceu pelos lanches e com eles na mão, saiu da lachonete sorrindo.
Foi então que instantes depois, Melinda observa o menino que saia falando em voz alta.

- Willian, Willian! Não te disse que um dia a gente ia comer um lanche desses? Gastei meu presente de aniversário mas nós conseguimos! Anda, come que está uma delícia!

Melinda, ao perceber que o amigo era seu irmão caçula, caiu em prantos. Correu para o banheiro e ficou ali durante pelo menos os 15 minutos que se passaram...


Por Tchezar


terça-feira, 28 de abril de 2009

O poeta

Certa noite o rapaz que escrevia versos durante a madrugada, estava perdido em suas palavras. Não conseguia terminar uma só frase e isso o deixava ensandecido, pois, acreditava que aquele era um momento único, solo, onde existam apenas as palavras e seu coração, onde toda noite nascia um novo verso que morreria em instantes consigo mesmo.

Ali sempre surgiam desabafos, sentimentos eram transbordados e sua mente deixava seu coração ser o protagonista da festa.

Mas o rapaz rabiscava, esboçava, mas nada além do que papeis amassadados, cheios de rasura eram criados.

Pela primeira vez, o rapaz sentiu-se realmente só. O céu não mais prozeava com ele e as estrelas deixaram de o iluminar... A Lua voltou para o Sol e as nuvens passavam apressadas...

O que teria acontecido? Ele se perguntava.
Mas seu coração nada respondia.
Era sua última noite na Terra e ele mal sabia.

E assim, o poeta se foi, como uma estrela cadente que passa, mesmo tão bela, tão rara e apreciada, sem quase ninguém perceber.
E os versos, já moribundos, quase se foram junto com seu criador, que, por timidez, ou meramente o medo da desaprovação, ficaram escondidos durante anos, sem que ninguém tivesse acesso a eles até serem descobertos, tempos mais tarde, pela mulher que os havia inspirado, a mesma que podemos chama-la de sua mãe, e, que caiu em prantos ao descobrir que o rapaz fora cedo demais, sem nunca ter dito uma única palavra daqueles lindos versos à ela, que por sua vez, jamais havia dado, ao poeta apaixonado, uma chance de lhe aclamar.


Por Tchezar

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Mulheres Negras

As vezes parece que por todos os lados que olhamos só existe tristeza, só existem coisas ruins e não encontramos nenhuma saída, nos vemos cercados pelo sofrimento, pela angústia, pelo medo...
Nessas horas que eu digo: feche seus olhos, focalize o seu coração e tente olhar para dentro da sua alma. Imagine sua aura e sua energia percorrendo por todo o seu corpo... Um calor que sai de sua barriga e toma conta de seu corpo... Peça a Deus, que te indique novos caminhos, que te dê forças e incentivo para seguir em frente... Que ilumine seu caminho para que você possa encontrar um novo rumo. Agradeça pela sua vida. Peça que te ajude e você retribuirá o dom da vida da melhor maneira possível.
Tome consciência de que mesmo quando as coisas parecem ser as piores do mundo, sempre há uma saída... Pense que existem milhares e milhares de pessoas em pior situação que você e nem por isso elas desistem de viver.
Imagine quantas pessoas, neste exato momento, sofrem por não ter comida, não ter abrigo, não ter família...
Se espelhe nas velhas mulheres negras... Aquelas que mesmo levando aquela vida sofrida, no meio de tanta miséria, sempre mal-tratadas, enfrentando sol e chuva, continuam carregando roupas de alguém que nem conhecem na cabeça e por mais que a vida seja dura, continuam a cantar, dia-após-dia, sem se esquecer de seus filhos, seus maridos, sua família e amigos... E mesmo que com um boca que lhes falta até os dentes, nunca deixam de sorrir...
E porque elas sorriem? Porque elas conseguem tem um dom divino que a maioria não tem. Elas enxergam a simplicidade da vida e o amor em pequenas coisas, em pequenos gestos e por isso são mais felizes!
Lembre-se: as vezes o seu melhor caminho está logo ao seu lado. Basta querer enxergar. A vida não é tão complicada, somos nós quem a complicamos.

Por Tchezar

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Insipidez

Olhos cansados
Mentes poluídas
Verdades camufladas
Sentimentos vazios
Interesses individuais
Amor, sexo sem compromisso
Amizade, quem sabe o que é?
Esperança corrompida
Semi-morte
Escravo do hipócrita amor profanado
Mas que amor?
A triste insipidez de viver
Ou o mero sobreviver
Simples assim...
Assim... Assim.. Assim...

By Tchezar

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Flores sobre o campo

Flores no meio do mato
Mato em volta de flores
Flores nascem em meio ao mato
Mato nasce em meio as flores
Flores sorriem para mim
Mato da o chão
No mato ou mato ou vivo
Nas flores ou choro ou rio


By Tchezar

sábado, 11 de abril de 2009

O ser mais inteligente

...Tudo gira em torno de imagem. E assim se fez a nossa sociedade...
A vida se constrói baseada em conceitos que nos induzem desde criança, inconsciente e inocente, onde aprendemos a viver nos preocupando em criar e zelar uma imagem que seja aceita pela sociedade, que se encaixe nos padrões de beleza, de moda e comportamento.
Acabamos esquecendo que o mais importante é o que está em nosso interior e nas sinceras intenções, na simplicidade de viver, nos simples gestos, na autenticidade de cada ser, e, acabamos por fazer exatamente o oposto. Nos complicamos e nos fazemos complicados para nos sentir-mos todos iguais, semelhantes para sermos apenas aceitos.
Esse é o que chamamos de ser humano, o único animal racional, o ser mais inteligente da Terra...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Te levo no ciente inconsciente com sabor
E faço a ti minhas juras de amor
Mesmo que não saibas, não veja ou sinta
Este é o amor que sempre sinto
Calado em versos incapazes de falar
Pelo medo inseguro que me faz negar
E a vontade de te ver feliz, meu bem
Por achar que eu não seria capaz
Despeço-me dizendo "Eu te amo"
Na covardia de quem tem medo de viver
Em pequenos versos para você não ver

Por Tchezar

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Espelho inverso

Face a face
Em contato imediato
Um espelho de verdades
No profundo consciente
Aclamando a si próprio
Gritando...
Equilíbrio distante
Do distante dessabor...
O espelho inverso nada fala
O verso do lado inverso
É o que você é

terça-feira, 7 de abril de 2009

Prosa de amigos

Entre encontros e desencontros
A amizade verdadeira nunca acaba
Pessoas vão e vem o tempo todo
Outras vem e ficam para sempre
Na metrópole a bagunça confunde
No interior a vida mansa conforma
Pelo sim ou pelo não
Cada um deve seguir o seu caminho
Seu destino, sua luz
Amizade de verdade em qualquer lugar
Próximo ou distante
Sempre dentro do coração
Sempre com emoção
Sempre como irmãos

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Batidas em Do Menor


... Eu conto os segundos, os minutos, as horas
Faço de sonhos a ilusão da realidade
De um plano próximo, o extremo
E sem alarde, faço tarde
O que era de ontem, ficou para amanhã...
Em dias cinzas na felicidade de um ser
Entre um gole e um trago
De fato, apago, refaço, disfarço
Eu grito, eu canto, eu descanso...


Por Tchezar

Sorrentina

Num raio...
Um momento único de simplicidade e sinceridade
A vida se resumia na beleza de um olhar, no sentir...
E em pequenas coisas podíamos ver a felicidade
Na mistura entre adulto e criança
Maturidade e inocência
O tom exato para a mais bela canção
Que ficou sem refrão
Rodando... Rodando...
Rodando...


Por Tchezar

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Saudade

A saudade que bate
Apaga a chama
Acende outra
Brilha e apaga

Sopra, faz chover

Tempestade...
Os olhos falam
O coração não cala
O corpo desce...




Por Tchezar