segunda-feira, 13 de julho de 2009

Porque comecei a escrever...

Essa é uma breve história de como comecei a escrever.

Primeiramente começo explicando que sou neto de japoneses, logo, venho de uma cultura machista, rígida e fria e sendo assim o mundo das palavras tornava-se algo distante de mim. Além disso, não tenho registro de familiares que se envolveram no mundo das artes. Passei minha infância toda, dos 4 aos 13 anos numa cidadezinha do interior paulista, uma cidade sem muita expressão e com pouca cultura. Por esses motivos eu não tinha motivo algum para me envolver no mundo artístico.

Aos 12 anos de idade comecei a tomar o gosto pela música. Apesar de poucas “ferramentas”, procurava me informar sobre bandas e tentar de alguma maneira descobrir novas músicas além das que eu ouvia nas rádios.

Aos 15 anos resolvi que montaria minha própria banda, aprenderia um instrumento e tentaria fazer minhas próprias canções e, mesmo sem nunca ter pego nem uma gaita na mão, reuni uns amigos com o mesmo propósito e logo começamos o projeto de banda.

O início foi difícil, tive que comprar minha primeira guitarra escondido e não tinha dinheiro para fazer aulas. Tive que aprender meus primeiros acordes sozinho. Era divertido, a cada música nova que eu aprendia, minha vontade de aprender mais, aumentava. Aos poucos fui tentando apurar meus ouvidos para começar a compor minhas próprias músicas.

No início eu me espelhava nas bandas que eu gostava na época, como Metallica, Sepultura, Raimundos... As letras eram simples e não falavam praticamente nada. Era pura futilidade, apesar de ser bastante divertido.

Alguns anos depois, passei a ampliar minha visão musical e apreciar coisas novas (na verdade, muitas coisas velhas também). Comecei a apreciar a música nacional, virei fã de Vinícius de Moraes, Toquinho, Tom Jobim, Chico Buarque e outros artistas dessa leva. Voltei a ouvir rock nacional também, de bandas que eu ouvia quando comecei a entrar na adolescência, como a Legião Urbana, Barão Vermelho e os Paralamas do Sucesso. Claro que junto a essa miscelânea nacional, também continuei explorando o rock de fora, tendo sempre na cabeceira um cd dos Beatles, Oasis, Radiohead, a maioria eram britânicos, apesar de constatemente me ver encantado por algum artista do jazz, blues e trip hop´s, além dos Mutantes e Novos Baianos que hoje em dia fazem parte fundamental da minha vida.

Agora devem estar me perguntando. O post não era sobre como eu comecei a escrever?

Pois é... A música foi a chave de tudo. Começando pelas belas letras de Renato Russo e Cazuza que escreviam lindos versos com perfeição e críticas com inteligência e a partir daí às poesias de outros músicos, que passei a admirar a arte de escrever.

E foi assim que a palavra escrita ganhou força para mim. Passei a apreciar a poesia de outros poetas e de pequenas letras, passei a tentar escrever pequenos versos, de versos poesias, buscando meu próprio estilo, minhas próprias verdades. Não que eu escreva bem ou que eu queira ser um poeta ou escritor, mas descobri que as palavras têm o poder de nos libertar, nos permitindo alçar grandes vôos através do infinito. Percebi que não precisamos ser complexos e que com simplicidade, também podemos fazer brotar a beleza, que não precisamos de palavras difíceis para fazer um sorriso ou uma lágrima. Simplesmente devemos soar aos nossos corações.


13 comentários:

  1. Parabéns, além de escrever muito bem, você tem uma história interessante pra contar sobre isso.

    Boa sorte, mais sucesso ainda com o blog, com a música e com as suas histórias.

    Beijos, Carol

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  2. A música te foi um belo incentivo! Também sou formada em PP. Mas no meu caso a vontade de escrever me faz, hoje, cursar Letras> Viva a música, a linguística e a literatura.

    Abs.

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  3. Adorei o post.Muito interessante o motivo que o fez despertar para esse mundo fantástico da escrita...Lindo:"descobri que as palavras têm o poder de nos libertar, nos permitindo alçar vôos através do infinito". No dia em que descobri isso também,eu nunca mais fui a mesma pessoa.

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  4. Caraca, muito legal a sua tragetória artística e como vc mesmo disse no post, escrever nos liberta para outros caminhos, é como uma terapia que nos ajuda a enxergar e até inventar o mundo.

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  5. faço das palavras do post anterior, as minhas!
    escrever é uma das melhores coisas!

    meu blog: http://juliagravina.blogspot.com/

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  6. é ótimo poder nos apoiar em algo que passa a ser indispensável pra gente, e crescermos a partir de que criamos algo que nos faz melhor! escrever pra uns pode ser um hobbie, ou então um dom! parabens! ;*

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  7. parabéns pela história! hehe você escreve muito bem. escrever realmente é uma das melhores coisas , apesar de que não tenho nenhum dom pra isso. rs

    sucesso pra vc!
    bjinhus, Dani.

    http://danizinhat.wordpress.com

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  8. Sucesso no seu caminho artístico. Meus sinceros desejos de boa sorte.

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  9. Que bom que você venceu todos os obstáculos, que apesar dos pesares você não se intimidou e buscou, buscou todos esses artistas incríveis e que eu ouço com um amor infinito...

    "Percebi que não precisamos ser complexos e que com simplicidade, também podemos fazer brotar a beleza, que não precisamos de palavras difíceis para fazer um sorriso ou uma lágrima."

    Acredito que não só também, mas é exatamente com a simplicidade que conseguimos fazer brotar a beleza e fazer fluir o sorriso ou a lágrima.

    Toda a inspiração do mundo, pra você, de coração. E não muda suas raízes, seus espelhos, Vinícius de Moraes, Toquinho, Tom Jobim, Chico Buarque, Legião Urbana, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Beatles, Oasis, Radiohead, Mutantes e Novos Baianos... Não tiraria um só da sua lista.

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  10. Puxa, muito legal seu texto! Está de parabéns! E você está certo, nada melhor do que a música para nos libertar. Parabéns!

    Se puder, faça-nos uma visita:
    www.aartederefletir.blogspot.com

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  11. é isso ae... a musica, as palavras, as cores... nos conectam a um pedaço nosso que muitas vezes gostariamos que fossem claros e certos.
    muitas vezes penso comigo que se não tivesse essas armas para enfretar os dragões, poderia não estar por aqui...
    um abraço, irmão!!

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